Como desenvolver um plano de carreira

Cleber Andriotti Castro escreve sobre as características do profissional que se prepara para o futuro

Cleber Andriotti Castro é sócio consultor da Andriotti & Castro Consultoria

Se antigamente era comum a uma pessoa terminar seus estudos, conseguir um emprego e nele ficar por toda a vida, até a sua aposentadoria, hoje são cada vez mais raras histórias de longevidade em uma mesma organização. Segundo a pesquisa 'Contratação, Demissão e Carreira dos Executivos Brasileiros', da Catho Online, apenas 25% dos entrevistados estão na mesma empresa há mais de 5 anos. Isso ocorre, principalmente, em função da busca cada vez maior por desafios e novidades por parte dos profissionais, sobretudo os jovens.

Entretanto, se a longevidade no mesmo local de trabalho é cada vez menor, é fato que apenas uma minoria dos profissionais prepara-se para o futuro. O mais comum é que o profissional lembre-se do currículo só ao ser demitido ou quando está insatisfeito onde trabalha e deseja mudar. É aí que aparece o plano de carreira, que consiste em um conjunto de ações que permitam que os passos de sua vida profissional sejam, na sua maioria, em um sentido ascendente, rumo ao crescimento.

Como planejar? Basicamente, o planejamento é composto por três partes: a primeira diz respeito a onde você se encontra atualmente, com relação ao cargo ocupado, remuneração, competências, formação acadêmica e histórico profissional. A segunda é relacionada aos seus objetivos a curto, médio e longo prazo. Por exemplo: "ser o diretor de uma grande empresa", ou "ser o dono do meu próprio negócio". E a terceira, quais os passos necessários para que seus objetivos sejam atingidos, ou seja, o caminho a ser percorrido. Na formulação dos objetivos, é necessário muito bom senso. Acima de tudo, o plano deve ser factível, sob pena de o profissional se desmotivar com o passar do tempo em função de metas inatingíveis, fazendo com que as deixe de lado. Dito isso, alguns aspectos devem ser considerados na elaboração e, principalmente, na execução do planejamento.

Procure empresas para trabalhar que compartilhem com os mesmos valores e objetivos que possui. Por exemplo, uma empresa de administração extremamente centralizadora, cujas decisões devam todas obrigatoriamente passar pelo presidente ou pela diretoria pode ser um ambiente extremamente frustrante para aquele que deseja colocar em prática sua criatividade.

Além disso, é importante estar sempre atualizado com as técnicas requeridas pelo cargo que deseja ocupar. Participar de cursos, palestras e feiras é fundamental, além de proporcionar novos e ricos contatos. Mas é bom escolher aqueles que realmente tenham a ver com suas metas, para que tempo e dinheiro não sejam desperdiçados.

Cuide da sua network. Apesar de ser um termo tão difundido nesses últimos anos, conheci poucos profissionais que realmente têm uma network eficaz. Desenvolver uma boa rede de contatos não é disparar para todos os lados, adicionando todos, conhecidos ou não, a suas redes sociais como "amigos". Uma boa network tem contatos em número suficiente para que você, ao necessitar, consiga ajuda para, por exemplo, se recolocar. Mas não deve ser grande o bastante que não permita um contato frequente com cada pessoa. Afinal, pedir uma indicação de emprego para aquele colega com quem você não fala há dez anos pode ser uma situação desagradável e improdutiva.

Também é importante ter em mente que a network não deve servir só para pedir ajuda nos tempos difíceis. Atitudes como indicar uma vaga ao colega que necessita de recolocação, ou direcioná-lo a um cargo que acredite estar de acordo com seu perfil demonstram a intenção de ajudar, o que pode ser benéfico futuramente. O mercado deve vir atrás do profissional, e não o contrário. Por isso, é básico estar sempre em evidência, mantendo perfis atualizados e publicando frequentemente conteúdo de sua autoria que mostre suas competências. Lembre-se: em busca constante por talentos, praticamente todos os selecionadores participam das redes e estão atentos ao que se escreve.

E, por último, reavalie seu plano anualmente. É comum que não se atinjam os resultados esperados, no prazo determinado, com o custo previsto. Ele deve, portanto, ao menos uma vez ao ano, ser revisto e readequado, em função de novas metas ou de objetivos não cumpridos ou, ao contrário, superados. Essa ferramenta tem forte fator motivacional e, aliada à escolha de uma área em que realmente goste de trabalhar, pode torná-lo, realmente, um profissional de destaque. Utilize-a com sabedoria e tenha muito sucesso!

"O sucesso geralmente vem para aqueles que estão muito ocupados para estarem procurando por ele". Henry David Thoreau.

Link: http://www.dci.com.br/dci-sp/como-desenvolver-o-plano-de-carreira-id405221.html

Fonte: DCI

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